domingo, 1 de agosto de 2010

Solércia - O orgulho sem-vergonha de sustentar a máscara

(foto/Google)
Ardil. Não, não... eu não estou indo pescar, falo ardil no seu uso militar. Aquela estratégia utilizada para atrair uma presa ou inimigo. Adulteração, arapuca, ardileza, armadilha, arola, arriosca, arteirice, artifício, artimanha, astúcia, baldroca, blefe, borla. Sinônimos do ardil que nos levam ao desconfortável lugar no tal jogo social em que todos estamos metidos até o pescoço - crianças, adultos, vizinhos, família, amigos, pobres e ricos, mesmo aqueles que não querem ou não sabem jogar.

Agora está claro não é? Política. Sim, aquele grupo em que as pessoas naturalmente demonstram charme convincente e simpatia com facilidade; nada raro; têm inteligência acima da média, com a qual conseguem disfarçar boa parte das falhas acaso pescadas em suas mentiras.

Hora bolas! Não, eu não estou falando de "sociopatas". E sim de candidatos político mal-intencionado ou pau-mandado (desconsiderando, neste último caso específico, a probabilidade de uma inteligência acima da média) em época de campanha eleitoral.

Esses indivíduos solertes. Admito que, todo mundo mente, vez ou outra na vida, alguns mais, outros menos. Para se proteger, para proteger alguém - a lista de justificativas é certamente mais longa que a de sinônimos de "ardil". As justificativas dos políticos são bem claras e variadas - manter as aparências no jogo social; maquiar o cadáver de uma relação; uma promessa política não cumprida; é o orgulho sem-vergonha de sustentar a máscara.

E ainda existe no mundo quem me diga que: Mentira tem pernas curtas! Mentira tinha pernas curtas, agora elas são bem longas, maleáveis, pernas de contorcionistas. São pernas tão bem feitas, compridas e macias que aparecem em público, sustentando um manequim atraente que se move com gestos cordiais, acenos e sorrisos estudados. Essas pernas às vezes têm a extensão de vários mandatos e eleições consecutivas. Também podem dançar uma noite inteira sobre brasas, sem demonstrar cansaço ou alteração em seu ânimo falso, apenas para sustentar um aspecto externo de normalidade. Manequins são ocos; desse jeito parecem leves por fora, indiferentes ao peso da fantasia que carregam.

Na verdade hoje acordei sem partido! Resolvi escrever pra sugerir, a você e a mim mesma, treinar o olhar para as eleições de 2010, observando, desde já e sob lupa implacável, elementos de seu convívio. Não estimulo o cinismo, encorajo a precaução. Conseguimos descobrir um jogador oco em nosso círculo social, então mais fácil é reconhecer um outro num palanque. É bom lembrar que passeatas e protestos não surtem efeito contra as malas-artes de quem elegemos sem o devido cuidado.

Também, não vamos esquecer que, vez ou outra na vida somos acompanhados pelos erros. Sabe-se que a política em todo lugar sempre terá manequins espertos, assim como pinóquios.

Um comentário:

  1. Quando eu disse: maquiar o cadáver de uma relação. Eu não estava falando do Bruno! (rsS) HumorIdiota

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