quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Favela - Terreno fértil para a violência



Diante de todas as narrações sobre a sofrida rotina de crimes enfrentada pelo Rio nos últimos dias, eu fecho os olhos e imagino suavemente: O Rio de Janeiro continua lindo!

Durante esses dias eu aprendi os dez mandamentos do crime e queria dividi-los com vocês, para que a vida de todos nós se aproxime um pouco do dia-a-dia dessa gente. Na favela, ninguém ouve, ninguém vê. Os delatores ou informantes da polícia são punidos com a morte. Se o líder do tráfico morrer, comerciante é obrigado a fechar as portas. Nunca cante um funk ou raps de uma facção inimiga e/ou use cores de gangues rivais. É proibido chamar a polícia em qualquer hipótese, em brigas entre vizinhos o líder do trafico é quem decide com quem está a razão. Moradores são obrigados a esconder armas em casas. São os traficantes que decidem quais os crimes vão ser cometidos e quem pode cometer, em algumas favelas os moradores são obrigados a pintar todas as casas da mesma cor para confundir policiais. E enfim, um fiasco de justiça em meio ao caos - Empresas que trabalham no morro têm que empregar moradores da favela.

Isso já é o bastante para saber a que nível chegou à criminalidade no Brasil. Nas favelas, onde reina a lei do tráfico, todos, sem exceção, estão submetidos ao império do terror. Essa cultura da brutalidade, porém, permaneceu escondida durante décadas. A crise econômica deu fim ao sonho da casa própria e inchou as favelas. Hoje, estima-se que 20% da população carioca more nos morros, que representam apenas 3% do território habitado da cidade. Não há terreno mais fértil para a violência.
Assisti uma reportagem da TV Globo que, desde 1995, a prefeitura do Rio já investiu quase 2 bilhões de reais em projetos de urbanização, saneamento e lazer em favelas. Isso não impediu que, nos últimos anos, houvesse um crescimento maior que 41% no número de mortes de jovens entre 15 a 24 anos, na maioria moradores de áreas carentes. Está ai a prova de que os problemas de segurança pública não poderiam ser resolvidos com investimentos maciços na área social.

Se o governo e policia não consegue curar esse câncer, o que desejar eu aqui de tão longe para os cariocas da favela do Rio?!?! Desejar um futuro melhor do que ser território livre para a bandidagem?!?! Desejar não ver mais as famílias dormindo em carros para dar suas camas aos traficantes?!?! Eu sei por onde começar, desejo não te ver mais pegar fogo Rio! Não vê mais seu povo ser carregado em lençóis favela abaixo! Desejo não ver mais um mau policial ferir tua dignidade, nem roubar as bananas de D. Maria. Desejo que tua frase batida – O Rio de Janeiro continua lindo! – vigore, reine.

O Rio de Janeiro continua sendo... Fevereiro e março... Alô, alô... Aquele abraço!
Alô Rio de Janeiro, aquele abraço! Todo o povo brasileiro, aquele abraço!

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